Um texto muito interessante que pode ser utilizado como Peça Teatral para o Dia dos Pais
Perdão
(DESCONHEÇO AUTORIA)
- Quero
tanto que papai chegue! Disse Ricardo, muito triste e aflito.
- Seu pai
vai ficar zangado com você, respondeu a tia, que se achava na sala, fazendo
tricô.
Ricardo,
levantando-se do sofá, onde estivera chorando havia meia hora, disse, indignado,
a sua tia: Ficará triste; não zangado. Meu pai nunca fica zangado.
Ouviram que
alguém estava chegando. – Oh! Felizmente é ele que chega! Exclamou o menino,
correndo em direção à porta, para encontrá-lo, mas voltou muito desapontado,
dizendo: - Não era ele. Não sei por que está demorando tanto! Quero que volte
depressa!
-
Parece que você está com desejo de ser castigado, disse-lhe a tia, que estava
de visita, havia uma semana, e não era uma senhora amável, nem tinha muita
simpatia pelas crianças.
- Creio que
gostaria de me ver apanhar, porém garanto que não terá esse prazer, retrucou
Ricardo.
- Confesso que um pouco de disciplina não
lhe faria mal. Se você fosse meu, poderia ter certeza de que não escaparia,
tornou a tia.
- Mas,
felizmente não sou seu, nem quero ser. Meu pai é bom e me quer bem, afirmou o
menino.
Ouviram-se
passos, novamente, para os lados da porta, e o menino disse: - Tomara que desta
vez seja ele mesmo! E, correndo, foi abrir a porta.
- Olá, como
vai, meu filhinho? Ora, que é que tens? Está triste? Que foi que aconteceu?
Interrogou o pai.
- Venha
comigo, papai, disse-lhe Ricardo, puxando-o pela mão, para o escritório. O Sr.
Gonçalves assentou-se e colocando o menino sobre os joelhos, perguntou: Que é
que tem meu filho? Que aconteceu? Pode
contar a papai, sem receio.
Os olhos do
menino se encheram de lágrimas, enquanto procurava falar, mas não pôde por
causa de um nó na garganta. Desceu, abriu um armário e trouxe os pedaços de uma
estatueta quebrada e os pôs diante de seu pai. A peça fora comprada no dia
anterior e, sendo uma obra de arte, custara muito.
- Quem fez
isto? Perguntou o pai, surpreendido.
- Fui eu,
papai.
- Como?
- Oh! Papai
esqueci-me e joguei a bola aqui dentro de casa. Joguei-a uma só vez, mas
quebrei a estatueta. Estou tão triste por ter feito isto, papai! E, dizendo
isso, o menino desatou a chorar.
O Sr.
Gonçalves ficou pensando alguns momentos e depois disse:
- Pois bem,
Ricardo, não podemos desfazer o que já está feito. Você confessou, e está
perdoado. Guarda os cacos. É claro que já sofreu bastante. Não é preciso que eu
diga mais nada. Julgo que o seu castigo já foi suficiente e que aprendeu uma
boa lição.
- Oh! Papai,
como o senhor é bom! Pode ter a certeza de que, daqui por diante, farei todo o
esforço para lhe obedecer. Como gosto de meu paizinho! É o melhor do mundo!
Exclamou o menino, dando um forte abraço no pai.
Os dois
foram, então, para a sala, onde estava a titia. Esta, vendo-os, disse: - Que
menino feio é o Ricardo! Merece ser severamente castigado pelo que fez. O
menino precisa aprender que não se brinca dentro de casa com bola. Certamente
que ele vai pagar bem caro pela sua arte!
- Já
ajustamos contas, Julieta. Uma das regras desta casa é: sair das trevas e
entrar na luz, o mais cedo possível, explicou o pai, amavelmente, à irmã que,
no íntimo, era boa e somente um pouco severa.
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