Jesus, o menino que viveu uma grande aventura. - Lucas 2.41-52
Personagens: Jesus menino; Maria; José; Isabel; Sacerdote 1; Sacerdote 2; Crianças (quantas quiserem ou puderem); Adultos - homens e mulheres (quantos puderem ou quiserem); Voz.Maria: Jesus! Jesus!
Maria: Jesus, meu filho! Vem para casa que já está na hora! (põe a mão sobre os olhos, procurando pelo filho)
Jesus menino entra correndo na Igreja
Jesus menino: Mãe! Mamãe! Eu tava brincando lá do lado do poço com a minha turma! (dá um abraço na mãe e os dois começam a conversar)
Maria: É mesmo, meu filho? E do que vocês estavam brincando? Você está suado!!!
Jesus: Ah, nós estávamos brincando de faz de conta. Eu era o profeta Daniel, o João era o Rei e a Ana, a Isabel, o Tiago e o Jeremias eram os leões. (fala com muito entusiasmo) Mamãe, o Jeremias fingiu tão bem que era um leão, que até eu fiquei com medo! Até as garras do leão ele fez colando espinhos nas mãos com cera de abelha! Foi um sucesso!!
Maria: Puxa, filho, que brincadeira boa! Mas eu vi que o Barnabé e o André não estavam com vocês. Porquê?
Jesus: Sabe, mãe, é aquele velho problema... O pai e a mãe deles não os levam na Igreja. Dizem que eles ainda são muito novos. Então, o que acontece: eles não conhecem as histórias dos profetas, têm vergonha de brincar com a gente. Em lugar disso, ficam só espiando de longe, brincando de luta e de caçar passarinhos.
Maria: Mas que coisa triste, filho. Eu acho que eles iriam gostar muito de participar da Igreja, não é mesmo?
Jesus: Ah, mas com certeza, mamãe! E além disso, eles iriam aprender coisas boas, e não essas bobagens que eles fazem.
Maria: Você sabe, filho, José e eu já pedimos tanto para os pais levarem o Barnabé e o André na Igreja. Mas eles sempre inventam alguma desculpa: ou ainda não terminaram o trabalho, ou estão muito cansados, ou vão receber uma visita, ou precisam preparar a comida... (olha com desânimo para o chão) E tudo isso são só desculpas. Se eles quisessem, poderiam levar os meninos na Igreja. Eu tenho muito medo de que eles ainda vão sofrer muito na vida por causa desses meninos. Afinal, se eles não estão aprendendo coisas boas, certamente estão aprendendo outras coisas, talvez não muito legais. Ontem mesmo nós conversamos com a mãe deles, e ela disse que a gente não tinha nada a ver com a vida deles, que cada um devia cuidar do seu nariz. José e eu quase choramos!
Jesus: Mas em todo caso eu e minha turma não desistimos, mamãe. Nós estamos sempre convidando eles para brincar conosco, e dizendo para eles pedirem para os pais levarem eles na Igreja. Quem sabe um dia isso muda! (abraça a mãe mais uma vez e dá um beijo estalado, bem barulhento, em sua bochecha) Ah, mamãe, muito obrigado por me levar sempre na Igreja!
Maria: Eu e José é que agradecemos todos os dias porque Deus nos deu de presente você e os seus irmãos e irmãs. Nós temos orgulho de ter uns filhos tão obedientes e educados! (Maria olha para o céu e percebe que o dia está passando) Nossa, filho, o tempo passou rápido! Já está na hora de sairmos para a nossa viagem a Jerusalém.
Jesus: Jerusalém! Oba!!! Vamos poder ir de novo no Templo! Vamos logo mamãe, porque eu quero ajudar o papai a guiar os jumentos!
(os dois saem do palco de mãos dadas, conversando animados sobre a viagem)
Esta cena acontece no templo de Jerusalém. Ela inicia sem falas, apenas com fundo musical. O cenário é divido em três partes ou ambientes: em uma delas, os homens estão sentados, enquanto que um deles, o sacerdote está um pouco mais alto(pode ser num banquinho) com a Bíblia aberta e lê um trecho - tudo com mímica. Em outro ambiente estão as mulheres, ajoelhadas, orando. Num terceiro ambiente estão as crianças e um adulto com elas. Algumas podem estar desenhando, outras cantando. Todas as pessoas demonstram alegria de estar no Templo. Depois de algum tempo, os homens e mulheres vão levantando, encontrando-se uns com os outros, buscando as crianças e voltando para casa. Maria e José voltam com seus filhos e outros adultos e crianças. Jesus não está com eles. Vão caminhando bem devagar, conversando entre si, alegres, pelo corredor da Igreja. Maria e José começam a procurar por Jesus, sem o encontrarem. A música vai diminuindo aos poucos:
Maria: Isabel, minha prima, Jesus está com vocês?
Isabel: Não, Maria. Nós o vimos pela última vez lá no Templo... Será que ele não está com os meninos do Ezequiel?
Maria: Eu acabei de falar com eles. Jesus não está lá não! (põe a mão na cabeça, desesperada) Senhor, onde pode estar meu filho? E se ele estiver correndo perigo?
José (chegando apressado): Maria, já passei em todas as famílias que estão viajando conosco e Jesus não está com nenhuma delas. Todos viram Jesus pela última vez no Templo.
Maria: Mas então, José, vamos voltar e procurar nosso menino!
José: Eu também pensei em fazer isso, Maria. Estou muito preocupado com Jesus! Vamos aproveitar e voltar logo para Jerusalém, antes que o nosso grupo viaje para mais longe, e nós fiquemos sozinhos para a viagem de volta! Eu já peguei água e um pedaço de pão para a viagem (mostra a bolsa que carrega consigo)
Maria (voltando-se mais uma vez para Isabel): Isabel, você poderia cuidar de nossos outros filhos enquanto José e eu voltamos ao Templo?
Isabel: Com certeza, Maria. Agora vão logo, que nós vamos acampar aqui para esperar vocês!
José e Maria saem apressados para um lado, abraçados, enquanto que o seu grupo sai pela porta da Igreja.
Esta cena se passa novamente no templo. Ao serem abertas as cortinas, vê-se Jesus sentado no chão, junto com outros homens, sacerdotes e professores. Todos estão com suas Bíblias abertas em Isaías 11. Um dos sacerdotes começa a ler:
Sacerdote 1: Vejam o que o profeta Isaías falou: "Virá um descendente do rei Davi, filho de Jessé, que será como um ramo que brota de um toco, como um broto que surge das raízes. O Espírito do Deus Eterno estará sobre ele e lhe dará sabedoria e conhecimento, capacidade e poder. Ele temerá ao Deus Eterno, e conhecerá a sua vontade".
Sacerdote 2: Há muitos anos, todas as vezes que nós lemos este trecho, perguntamos qual será o rei que Deus irá enviar para nos ajudar. Este que agora nos governa nem é da casa de Davi. E também o nosso povo não possui mais exército, para este rei tomar o poder. O que vocês acham, amigos: de que aldeia deverá vir o nosso futuro rei?
Jesus (Coloca-se em pé e fala): Peço licença aos senhores. Eu acho que vocês não deveriam esperar por um rei poderoso. Vejam que o texto do profeta fala que ele vai ter sabedoria e conhecimento, que vai ter muito respeito por Deus e que o Espírito Santo está com ele. (nesse momento José e Maria vão entrando e ouvindo em silêncio, mostrando admiração pelo conhecimento de Jesus) Mas o texto não fala se vai ser um rei. Talvez possa ser apenas um menino, um filho de carpinteiro...
Sacerdote 1: Nossa, mas que menino inteligente!
Sacerdote 2: Que idéia revolucionária. E como conhece bem a palavra de Deus!
Jesus: Pois é, isto é porque desde pequenininho meus pais sempre me trouxeram para o Templo, e em casa me ensinaram as orações e os cantos do culto.
Sacerdote 1: E como é seu nome, menino?
Jesus: Meu nome é Jesus, e vim lá de Nazaré... (José interrompe)
José: Jesus! Você ficou para trás e perdeu-se do nosso grupo. Nossa família já viajou um dia inteiro e sua mãe e eu voltamos para lhe procurar.
Maria: Meu filho! Você me deu um susto tão grande!! Seu pai e eu ficamos desesperados, pensando que algum mal poderia ter acontecido com você! (Jesus sai da roda e abraça José e Maria):
Jesus: Mamãe! Papai! Perdoem-me! Eu não quis preocupar vocês! Eu nem vi o tempo passar, e não percebi que vocês já haviam partido! Mas vocês sabem que quando estou na casa de meu Pai (mostra com gesto largo o Templo ao seu redor) eu esqueço de tudo, esqueço até de comer! Mais uma vez, perdoem-me!
José: Tudo bem, meu garoto. Nós sabemos que você não fez por mal. Mas agora vamos embora, que o pessoal acampou só para nos esperar.
Maria: É, e com certeza vão rir muito da nossa aventura. Mas por favor, não faça mais isso, que meu coração de mãe não vai aguentar!
Os três saem do altar rindo, felizes. Pode-se colocar uma música de fundo, que vai diminuindo de volume aos poucos enquanto uma voz fala. Durante esta fala, todos os atores e atrizes voltam para o altar e dão as aos. Quando termina a fala, curvam-se para agradecer à "platéia".
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